terça-feira, dezembro 27, 2005
"Mas nós somos parte da elite..." dos pateta-alegres
Aqui vos deixo a sua transcrição:
"O Eixo do Mal é um programa abichornado. O último, porém, foi recreativo. Para além do franzino José Júdice, um palonço chapado que reproduz a infinita variedade da estupidez humana. Para além da avantesma Ferreira Alves. Para além do pitoresco Daniel Oliveira. Para além do inconsequente Nuno Artur Silva. Para além das criaturas do costume, a convidada do último sábado foi a socióloga, a espaventosa Maria Filomena Mónica, que ostentava já a pose que lhe advém da reputação de memorialista revolucionária. Deixo-vos aqui um “resumo” do bate-boca.
Nuno Artur Silva: Boa noite senhores telespectadores... Vamos falar hoje de presidenciais e...
Clara Ferreira Alves: ...alguém leu o último livro de Graham Greene?
José Júdice: Ó Clara, por amor de Deus!
Maria Filomena Mónica: Isso é interessantíssimo!
Daniel Oliveira: Eu quero dizer alguma coisa sobre isso...
José Júdice: Cala-te, já falaste muito...
Maria Filomena Mónica: O D. Pedro V era inteligente de mais para os portugueses...
Clara Ferreira Alves: Mas nós somos parte da elite...
José Júdice: Sim... nós somos parte da elite... Mas quanto menos ideias tivermos, melhor...
Maria Filomena Mónica: Estou de acordo com o Zé... Por exemplo, devia haver uma lei que proibisse os presidentes de terem ideias. O Presidente da República devia ter amantes, dar grandes jantaradas...
Clara Ferreira Alves: E mudar a decoração do palácio, não sei se já repararam mas o Palácio de Belém é horrivelmente lúgubre...
José Júdice: Desculpem lá, eu acho isto de uma gravidade... quer dizer... os candidatos, todos, andam com as camisas mal passadas a ferro e tu vens falar da decoração do palácio...
Maria Filomena Mónica: Estou de acordo com o Zé... O Francisco Louçã, por exemplo, nunca passou um pente pelo cabelo...
Daniel Oliveira: Perguntem-me alguma coisa...
José Júdice: Cala-te, já falaste muito...
Nuno Artur Silva: Vamos concluir este tema...
Maria Filomena Mónica: Desculpe mas eu tenho de dizer isto: o D. Pedro V sofria muito com o atraso do país... Além disso, eu conheço muito bem a discussão em 1863, quando Fontes Pereira de Melo...
Clara Ferreira Alves: Isso lembra-me Graham Greene...
José Júdice: Já agora, queria dizer que eu demoro cinco horas a chegar a casa de comboio... os nossos caminhos de ferro ainda são do tempo do Fontes Pereira de Melo...
Maria Filomena Mónica: Isso é interessantíssimo! Até porque no tempo do Sr. Fontes não havia aviões e o D. Pedro V, que felizmente para ele morreu muito novo e virgem...
Clara Ferreira Alves: Não sei se já leu, mas sobre essa questão há um livro de Graham Greene, A Inocência e o Pecado...
Nuno Artur Silva: Bom, para encerrar esta questão...
Maria Filomena Mónica: Sim, mas eu queria dizer que eu posso ter muitos homens, mas o D. Pedro V está em primeiro lugar... Ah, vocês desculpem-me, mas lembrei-me agora mesmo que não me posso esquecer de comprar champô...
Clara Ferreira Alves: E eu, como dizia Graham Greene, “sempre desejei ser estimada ou admirada”.
Daniel Oliveira (começa a tossir): ...desculpem, entrou-me água para o nariz...
José Júdice (com as orelhas em chama): Ó Daniel, estás a fazer muito barulho...
Maria Filomena Mónica: Eu gostava de introduzir aqui outro tema que considero absolutamente decisivo, os produtos “made in Portugal”. As toalhas feitas em Portugal, por exemplo... as empresas portuguesas...
José Júdice: Ó Mena, desculpe lá mas eu só queria corrigir uma coisa que a Clara disse...
Maria Filomena Mónica: Ó Zé deixa-me só acabar dizer isto que é uma coisa absolutamente inacreditável... os turcos portugueses são tão fininhos que tu sais do banho e não te consegues limpar...
(...) "
(continuar a ler)
Por curiosidade já nesse dia (20-12-005) tinha feito no Legendas & Etcaetera um breve comentário alusivo a esse programa e à J.A.Dias.
p.s.: nos últimos dias tenho estado ausente da net, mas parece que regressei
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