domingo, novembro 20, 2005

breves notas sobre o futebol português (II)

é forçoso inverter o ciclo de más prestações...

Apenas recentemente (e diga-se finalmente!) os governos (numa das poucas medidas realmente relevantes que têm levado a cabo) tomaram medidas mais rigorosas em face da desmesurada desorganização e falta de transparência (em alguns casos efectiva corrupção) que grassa (num nebuloso Sistema de interesses) no futebol portugês e exigiu a real profissionalização dos clubes (da Liga). Nisso inclui-se o maior controlo dos pagamentos ao fisco e à Segurança Social, a maior fiscalização dos diversos contratos, a mudança na relação dos clubes com as autarquias, etc, etc.

Esta mudança de posição e atitude conduziu entre as consequências mais visíveis à extinção do futebol profissional em muitos clubes (já antes aludidos), mas a bola de neve continua o seu implacável curso e se na actualidade a ponta do icebergue é o Farense ou o Vitória de Setúbal, debaixo da linha de água existe um elevado número de clubes com graves problemas financeiros (e que de há uns tempos para cá também já começaram a sentir na pele os efeitos negativos de tal situação), inclusive entre os grandes emblemas nacionais.

A indústria do futebol assume pronunciado peso na sociedade e economia nacional e regional, e agrega um infindo número de profissionais (e também amadores) de vária índole, desde os directamente envolvidos: jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, empresários desportivos, jornalistas, comentadores, etc. ; até toda uma miríade de pessoas e sectores socio-económicos que também dependem do futebol, em graus diferenciados: os órgãos de comunicação social (televisão, imprensa, rádio, etc.), o sector da restauração e hotelaria, as empresas de construção, empresas de têxtil, vestuário e material desportivo, os vendedores ambulantes, empresas de transportes, etc.

Como tal, urge (como muito bem tem defendido ao longo dos anos, por exemplo, o jornalista Rui Santos) mudar demasiadas coisas no futebol português. Mudanças essas que se processem sem ficarmos reféns dos interesses individuais, dos clubes ou das instituições, pondo de parte a clubite extrema que reina no futebol luso, que as mudanças se efectuem com renovadas caras e com efectiva maior capacidade e vontade de desenvolver o futebol luso para níveis conformes a este desporto que se quer de alta competição, que em todos os processos exista maior profissionalização e controle dos mesmos. Fico-me por este pequeno leque de factíveis propósitos, pois para enunciar a imensa maioria teria de alongar-me por muitas mais ´páginas´. Mas como evoquei o sr. Rui Santos também podem ler na imprensa ou ouvir na TV as suas sapientes opiniões e lá certamente encontrarão exequíveis soluções bem melhor sustentadas e sabedores que as minhas.


Nota 1: Este post não foi motivado pela azia do Benfica ter visto Braga por um canudo e do Rio Ave ter ajudado a comprovar de que no momento o que é Nacional é bom.

Nota 2: Quem porventura ler isto vai com certeza pensar “Mas foi só o Farense que acabou com o futebol profissional! Caramba! Não foi o Rio Ave ou até o Braga! Pois não foi, mas esta bola de neve alcança cada vez mais velocidade e dimensão.
Bem, no caso, excepcional, do Rio Ave a neve até dará para encher o caudal…

Nota 3: Se desejo vivamente que o Benfica e Porto possam prosseguir em frente na Champions, não posso deixar de ser realista e enxergar as mui limitadas chances que subsistem. Se o Benfica precisa de um real milagre (que reze em Lourdes na viagem para Lille), também não estou a ver o Inter a colocar em campo em Glasgow na última jornada, jogadores como Figo, nem a maior parte destes (da sua milícia sul-americana): Córdoba, Verón, W. Samuel, Adriano, Cruz, Cambiasso, Zé Maria, Pizzarro ou Recoba ; e por três razões: (1) já estará apurado nessa altura, (2) o campeonato italiano não é o brinca na areia do português e desgasta bem; (3) cinco dias depois joga com o A.C. Milão. E o Rangers afigura-se o principal oponente do Porto.
Então que nos valhe Nossa Senhora de Fátima, de Lourdes e do Caravaggio!


(algumas) keywords deste (duplo) post: Portugal, futebol, clubite, incompetência, corrupção, mediocridade, incapacidade, desorganização, indolência, podridão, apito dourado, madaíl, vale e azevedo, valentim loureiro, pinto da costa, adriano pinto, josé veiga, joaquim oliveira, pinto de sousa, f. c. porto, benfica, sporting, autarquias, partidos, governo, políticos, juízes, saco azul, sistema,… e se calhar também 10 milhões (não só de benfiquistas) de portugueses e sobretudo ESPERANÇA.


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