quarta-feira, novembro 09, 2005

Comentário de JM (O Velho da Montanha)

Pela extensão do comentário e pela intrínseca qualidade e interesse de que se reveste, entendi publicar o comentário de JM (O Velho da Montanha) ao meu post anterior, num post próprio.

Reprodução do comentário:

“Em primeiro lugar quero agradecer-lhe a sua visita ao meu blogue e respectivos comentários que entendeu deixar.
No que respeita à minha opção Monárquica, seria muito difícil explicar-lhe as minhas razões por esta via, embora as tenha regularmente explicitado no meu blogue.
É evidente que 100 anos de intoxicação propagandística republicana, conotam de imediato a Monarquia com sistemas autoritários absolutistas e com aristocracias privilegiadas.
Não se trata nada disso: Em primeiro lugar, há que definir o sistema republicano. Presidencialista? Para que serve então o Primeiro-Ministro?
Semi-Presidencialista? Veja bem a confusão que se gera à volta dos verdadeiros e efectivos poderes presidenciais.
Parlamentar? Então para que serve o Presidente da República?
Com isto apenas lhe quero explicar que a minha opção Monárquica é eminentemente política e não meramente saudosista.
Defendo que o Rei apenas deveria ter funções de representação e a obrigação estrita de ser o rosto do País.
Deveria ser um elemento meramente agregador das várias tendências nacionais numa base totalmente despolitizada, que só um cargo hereditário permitiria, pois essa balela de "Presidente de todos os Portugueses" quando só metade vota nele, não é sequer aceitável.
A aristocracia, da forma como era entendida, não passa de folclore social e só como tal deve ser entendida. Numa Monarquia moderna, o Rei não deverá atribuir títulos, a não ser meramente honoríficos, tal como a República atribui as comendas, e sob proposta do Governo.
Não se vota o hino ou a bandeira de 5 em 5 anos, por isso não vejo que falta de legitimidade poderia ter um cargo com estas características.
Quanto ao Sr. D. Duarte, penso que você tem razão, mas o facto de não termos neste momento um herdeiro que reúna as condições necessárias, não me obriga a renegar ideias bem arreigadas pela convicção. Seria o mesmo que dizer que não se é republicano por não existir nenhum candidato credível à Presidência da República.
Apenas para terminar, acho que não sou menos democrata pelo facto de ser convictamente monárquico e por isso revolto-me que a Constituição continue a "obrigar" os Portugueses a "uma forma republicana de governo". Não aceito este aparente medo da Republica de se submeter a escrutínio e portanto, enquanto esse artigo se mantiver, jamais votarei numas presidenciais. Se um dia isso mudar, entendo que está reposta a igualdade democrática e então participarei de corpo inteiro a política nacional.
Os meus cumprimentos.”

Ressalvando as nossas concordâncias e discordâncias, apraz-me que tenha devotado algum do seu tempo a escrever este relevante texto.
Se não desejar que este texto seja também aqui reproduzido, expresse essa vontade nesse sentido que eu o retirarei.

Os meus cumprimentos também.

fernando vilarinho


Comments:
Pelo contrário, mkeu caro!
Fico lisonjeado com a reprodução de um texto escrito um pouco a "trouxe-mouxe" mas que resume a minha forma de entender a Monarquia.
Cumprimentos.
 
Infelizmente pelo que tenho constatado ao longo da (ainda curta) minha vida não são os muitos monárquicos que pensam com a honestidade e o consideração pelo outros, que o senhor testemunha nos seus textos.
os meus cumprimentos
fernando_vilarinho
 
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