quarta-feira, novembro 02, 2005

em sufoco...

Após mais um marcante temporada (encurtada a dois e ½ míseros meses) do futebol luso nas competições europeias : só a pior de que há História, os ditos ´grandes´ clubes estão agora preocupados em como ocupar o tempo dos seus milionários jogadores (que claro mereçam cada cêntimo que uma turba de sócios, adeptos, jornalistas, comentadores e afins lhes amamenta ao longo da semana). Consideraram só lhes pagar ao fim-de-semana, mas como isso também se poderia estender a eles, dirigentes, têm tentado engendrar novas soluções para tirar o tédio a esses meninos de oiro...
A Liga até pensou estender os jogos do campeonato ao longo da semana, mas parece que os adeptos iriam preferir ver a jogar o Chelsea, o Barça, o Inter, o Coruña, e mais uma cambada de clubes aonde ainda actua uma espécie em extinção: jogadores lusos com profissionalismo e até jeito para a profissão…



Nota: como é visível recorri ao grafismo do Bartoon do meu colega geógrafo e que muito prezo, Luís Afonso. O texto esse, foi rabiscado por mim.
Tenho um enorme apreço pelo trabalho de Luís Afonso que nos tem revelado de modo ímpar esta verdadeira caricatura que Portugal se tem infelizmente (re)transformado nas últimas décadas.
O triste fado! Sempre que chega à fartança $, quer seja das Índias, do Brasil, de África meridional ou de Estraburgo esta nação transfigura-se em reino das bananas. O pior é que pouco tempo depois a árvore das patacas mirra e muita lágrima, muita dor, muitas feridas em carne viva trespassam o povo luso.
E os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres…
E um mar de gente parte para outras terras, que esta terra agora definhada, esquelética, pré-cadavérica não provêm de sustento…
E abutres agoirentos trilham o país em busca dos resquícios de vida moribunda, sugando-lhes até ao tutano o pouco que lhes resta …

E Camões cerra o olho que lhe queda, Pessoa inebria-se na amargura de um portugal que já não se cumprirá e o Infante já não vê mar, já não avista terra no longínquo horizonte, só presencia a chegada de uma noite infinda, de uma escuridão ardente que cega os acossados olhos e tudo devora à sua passagem…

E no rectângulo verde a bola saltita sob um céu que insiste em permanecer azul, agasalhado por uma outra esfera amarela cálida…
suspira, retém a respiração e cose a boca


Comments:
Na época dos romanos, eram as lutas de gladiadores, portanto a estratégia já é antiga ... Panis et Circensis ...
 
agora de panis é que cá já não resta ´nanis´. E no circo já só restam víboras e pobres palhaços (de espírito).
 
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