segunda-feira, novembro 28, 2005

Nippon Koma - 3º Festival de Cinema Japonês na Culturgest

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"A terceira edição do Festival de Cinema Japonês arranca hoje na Culturgest, em Lisboa, e prolonga-se até 3 de Dezembro. Comissariado por João Paulo Silva, o 3º Festival Nippon Koma inclui a apresentação de vários documentários e filmes de animação de autores como Kon Satoshi, Kawase Naomi, Yutaka Tsuchiya, Noda Nagi, Tanaka Hideyuki e o grupo Teevee Graphics.

Como explica o comissário da mostra, 'a animação japonesa é simultaneamente considerada estranha à cultura contemporânea japonesa e a sua quinta-essência. Esta percepção é claramente uma consequência da exibição de características pós-modernas intensas. Tal como a cultura envolvente suprimiu inúmeras distinções, a animação japonesa tem procurado destruir os ideais modernistas enraizados, privilegiando a fragmentação, a indeterminação, e a heterogeneidade'.

João Paulo Silva lembra que 'a generalidade dos trabalhos envolve, mas não exclusivamente, um profundo desejo pela paz de um passado longínquo, a supressão desse mesmo passado e da ordem subjacente, a visão da vida e da morte como um conjunto de transformações e metamorfoses niilistas intermináveis, um universo pós-apocalíptico descentrado em que os seres humanos não detêm a primazia, e a promessa de um tecno-futuro infinitamente capaz de apropriação sintética da forma humana'.
A mostra de cinema japonês na Culturgest permite ainda perceber que 'não obstante a distância da realidade que as imagens possam produzir, a animação japonesa não está vazia do Japão contemporâneo' " (1)

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"Numa linha de montagem de uma fábrica escura, dezenas de cães- -operários produzem diariamente seres humanos. Um deles decide procurar a liberdade ao perceber os contornos despóticos de um 'mundo cão', no sentido mais literal da expressão. Esta bela e pequena metáfora animada, intitulada Kougan, lembra a técnica stop motion da dupla Nick Park e Steve Box, com os bonecos de plasticina a adquirirem nas mãos do realizador Sharaku um aspecto mais expressionista do que os célebres Wallace e Gromit. Kougan (sexta, 18.30) é um modelo da nova animação japonesa que o Festival Nippon Koma vai exibir a partir de amanhã (e até 3 de Dezembro) na Culturgest de Lisboa.

As sessões decorrem no Pequeno Auditório (sempre às 18.30 e às 21.30) e vão permitir dar a conhecer as novas tendências da animação oriental que, segundo as notas de apresentação desta terceira edição do Nippon Koma, 'é considerada estranha à cultura contemporânea japonesa' devido à 'exibição de características pós--modernas intensas', com ideais que 'privilegiam a fragmentação, a indeterminação e a heterogeneidade'. É o caso dos dois filmes que abrem amanhã o festival, Agente Paranóia - Partes I e II, que combinam tramas policiais rebuscadas - típicas dos thrillers de Hollywood - com um apuramento estético em matéria de animação capaz de articular imagens reais com desenhos." (2)

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"De entre a vasta programação centrada na animação, destaca-se a tarde de quarta-feira, com a sessão das 18.30 preenchida por trabalhos do técnico Kawamoto Kihachiro, realizador que, com obras como Demónio, Viagem ou A Vida de um Poeta, demonstra talento na composição de pequenas histórias polvilhadas pela componente onírica de grande parte dos mitos orientais. Já na quinta-feira, às 21.30, é exibido Kakurenbo (ou Jogo de Escondidas), exemplo anime de Morita Shuhei e Sajiki Daisuke que segue um grupo de oito adolescentes mascarados num jogo de escondidas mortífero com um bando de demónios sanguinários pelas ruas de Tóquio.

A outra vertente do Nippon Koma são ´as constelações sociais e culturais do próprio Japão, que é como quem diz a exibição de vários documentários que procuram revelar 'anomalias, fracturas e tensões sócio-económicas' de um país que, apesar de um elevado nível de desenvolvimento, possui contrastes. É o caso de E Agora Para Onde? (terça, 18.30), sobre o dia-a-dia dos moradores de um bloco de apartamentos junto a um estaleiro naval, ou Carta (quinta, 18.30), sobre o papel do telemóvel no rumo das comunicações.

O destaque vai ainda para o trabalho da jovem realizadora Naomi Kawase, que mostra dois dos seus documentários na quarta-feira, às 21.30. Ar, Vento, Fogo, Água, Terra (em Sânscrito) é um retrato poético sobre a sua carreira e as relações familiares, ao passo que Sombra testemunha o momento em que uma mulher de 30 anos descobre a identidade do seu pai." (2)

Consultar página do festival da Culturgest.
Notícia do DN (29/11/004) relativa à edição transacta.

Fontes :
Texto : (1) Jornal de Notícias ( 28/11/005) , (2) Diário de Notícias (27/11/005)
Imagens: ichi (Hayao Miyazaki - Spirited Away) | ni (Elvis Hoshida) ! san (Hayao Miyazaki - Howl's Moving Castle)



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