quarta-feira, novembro 16, 2005

a propósito... (III)

A propósito da alguns apontamentos que o sr. Gil Gomes deixou neste blogue, e que embora os tenha constatado e lido atentamente há já um par de dias, como no momento acumulo dois trabalhos e mais uns projectos em que me envolvi, só mesmo agora ´poderei´ lançar mais algumas considerações no âmbito do corpo de ideias que sobrevêm a este ´diálogo´, e claro em jeito algo abreviado (e com sono suficente para toldar um pouco meu discernimento por estes meses, quiçá em propensão a territórios de supera utopia ). Preferia ter-lhe escrevinhado mais cedo, mas sempre endivido/arei esforços para tentar retribuir qualquer gesto de bom civismo de espírito e razão que observe.
Como expus antes, o respeito e a fraternidade (em sentido lato) são seguramente o elemento fulcral que escora uma nação (obviamente entre demais complementares) e isso revela o seu imperativo desígnio mormente nos momentos mais críticos que uma nação atravessa.
Se os vínculos essenciais de básica confiança entre os cidadãos e entre as instituições, se a comunhão de valores e princípios centrais que fazem a identidade de um povo e de uma nação se prostrem de forma desmedida perante (as ainda) limitadas contingências que se deparam no caso do nosso país ; se esses próprios valores e princípios são aceites e seguidos pelos indivíduos somente quando se projectam veramente tangíveis e materiais (revelando no momento a excessiva índole fátua do vulgo nacional) e são enjeitados sempre que não consubstanciam as desajustadas ambições que os lusos fantasiam em qualquer mesa de café num palanfrório (será demais dizer) deveras escusado ; sempre que isto tudo se repercute pelo nosso país, e que é bem patente no momento actual, não existirá verniz que camufle a frágil argamassa que forma no momento o cerne da idiossincrasia de nosso Povo. A raíz do problema persistirá e agravar-se-á irreversivelmente.

A ideia da lusitânia construiu-se ao longo dos séculos demasiado como contradição a entes que na verdade só nós corporalizávamos quixotescamente:
___aos incivilizados ´mouros´,
___à miríade de infiéis que proliferavam para além dos oceanos e do continente negro,
___aos algozes golias castelhanos,
___ ao ultra-sistematizado bloco soviético que causava [e neste caso com certa razão] danação ao dissolvido [em torno de tudo que está para além de si] espírito latino,
___ também ao perigoso bloco supra-liberal ocidental,
___ à globalização desconforme a constâncias não permeáveis a redes de intercurso metacultural e metalinguistico,
___à urbanidade conscientemente pós-moderna e pós-estruturalista que se epidemizava pelos lugares e espaços de conhecimento livre e difuso
___ …
___ ...
___ e sobretudo aos nossos intrínsecos espectros fantasmagóricos que sempre envidámos ascetizar pela ausência, pela partida, pelo ilusório dos instantes, desse devir que podem crer que nunca advirá.

A ideia de nação deve ser edificada como afirmação e não somente como contradiação. E com marcada convicção.


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