quinta-feira, novembro 17, 2005

SOL(id)ÁRIOS natos.

Se não me engano anteontem no DESinformação ouvi que a dita Retoma vai ser ofertada já este ano do saco do Pai-Natal ; que afinal uma relevante parte da nata dos infalíveis economistas lusos acertou em cheio quando estimou há pouco mais de um ano, convictos, que a taxa de desemprego lusa nunca ultrapassaria nos anos seguintes os 7% (e claro subentende-se que em 2007 também não ultrapassará, para nossos contento, os paradigmáticos 10%) ; que as exportações estão a aumentar assim como os níveis de produtividade ; que o número de multimilionários em Portugal tem se retraído ; que Portugal não é um dos países da OCDE com maiores diferenças entre os ricos e os pobres; que quase já não há famílias endividadas, que uma grande massa de jovens não têm de emigrar para sobreviver, que ninguém sofre duras privações alimentares e carências ao nível da assistência de saúde em Portugal …

Sou profundamente céptico em relação a acasos, “obras do destino” e afins (e isto proferido por um signo terra - ascendente terra!), mas não é que no Dia Seguinte ( isto é, ontem) a ouvir essas boas notícias, eram 10.35h da matina (obrigações forçaram-me a ir mais tarde do que é habitual para o Porto) e passava ali no IC1, perdão A28, na saída/entrada de Modivas, perdão lactogal, perdão Nassica, perdão España, e tive um sinal, que pressenti de mau presságio. Não era bem um sinal, embora ali eles não faltem! Era mais uma visão, digamos uma luminosidade, em pleno dia que irradiava dos inúmeros candeeiros acesos naquele nó da via rápida!!!

Pensei “o país entrava de novo nos eixos, mas naquele lugar alguém não soubera da boa-nova e mantinha de dia os candeeiros acesos". Teria que ser um sinal! Um presságio, que me queriam transmitir. Pensei logo no meu mui estimado Diógnes quando o grande Alexandre se acercou dele e lhe disse: “Pede-me o que quiseres em troca da tua sabedoria”, ao que Diógenes lhe redarguiu: “peço-te que vás para o lado que me estás a tapar o Sol!”. E então percebi! Afinal mesmo durante o dia forças mais esclarecidas achavam que devíamos continuar a recorrer a luzes artificiais, a essa artificialidade que entretanto nos tinha salvo em definitivo da pseudo-crise. A bem dizer, que até nos tinha escondido durante tanto tempo que esta jangada errante se tinha afundado nas profundas trevas abissais, pois sempre se tinha arranjado uma luzinha para enfeitiçarmo-nos com as nossas sombras cavernaIS.


Comments:
Gostei, assim mordaz q.b.
Abraço.
 
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