Este fim-de-semana (dia 28 e 29) foi passado com o meu clube de montanhismo "Amigos da Montanha" na região que definitivamente se tornou lugar de visita obrigatória todos os invernos para os lusos, sobretudo agora que a mágica palavra "Neve" está mais que nunca na moda.
Não fomos bem para a Serra da Estrela para atirar bolas de neve uns aos outros, fazer ski ou "sku", ou tirar fotos junto à Torre, mas para realizar actividades de montanhismo/alpinismo.
Quatro respeitáveis anfitriões acompanharam-nos regularmente: o sr. frio, a menina neve, a dona ventania e o compadre gelo. Principalmente o primeiro que fez bem questão de marcar bem a rigor a sua presença a todo o momento.
As actividades centraram-se sobretudo na ascensão (e posterior descensão), em cordadas, de corredores (passagens íngremes entre maciços rochosos, cobertas de neve e gelo), alguns com nomes algo macabros (corredor do inferno, corredor da morte,...) mas que não soam nada estranhos aos mais rotineiros nestas lides.
Em breve contarei com maior pormenor no 'Notas Perdidas de um Montanheiro' as actividades aí realizadas. Apenas três fotos ilustrativas de algumas das actividades realizadas (clicar nas fotos para aumentar)

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/29/2006  7 comentário(s)

O Festival de BD de Angoulême, que é hoje reinaugurado pela 33ª vez, será dominado em grande parte pela produção asiática, em especial a manga (japonesa).
A actual primazia da manga no panorama mundial da banda desenhada, onde mesmo num resistente bastião (e um dos mais emblemáticos países neste domínio), a França, ela representa no presente mais de 40% do mercado, colocando cada vez mais em crise a produção gaulesa; induziu a uma forte expressão de mangakas neste edição.
O destaque vai todo ele para Kotobuki Shiriagari, na actualidade um dos mangakas mais afamados por terras nipónicas, cuja fama advém-lhe sobretudo da publicação contínua e desde há muitos anos de tiras na imprensa, sobretudo no diário Asahi Shimbun (possui uma tiragem superior a 12 milhões de exemplares - o 2º jornal mais vendido do mundo) ou de séries publicadas em álbuns ou editadas por ele em curtas-metragens. Neste âmbito destaca-se “Yaji-Kita in Deepa" (10 volumes), que em 2001 recebeu o Prémio Cultural Osamu Tezuka, a mais elevada distinção em manga no Japão, e que foi adaptada ao cinema em 2004 num longa-metragem.
Kotobuki Shiriagari não se revela um artista nada convencional, disposto a surpreender-nos a todo o momento. Nas suas originais exposições e instalações artísticas que concebe para as galerias, entre outras, de Tóquio e Quioto, Shiriagari recria a cada instante o conceito de artista mangaka, sobretudo por empreender a concepção da sua produção multimédia algumas das vezes em interacção directa com o público envolvente. O mesmo se sucederá em Angoulême onde no Hôtel de Ville, e com público a assistir ao vivo e a cores, Shiriagari procederá à composição, ao longo de três dias, de uma obra de 10 metros quadrados.

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/26/2006  0 comentário(s)

Xerxes não fora o primogénito do grande Dário da Pérsia (que por sinal até era de baixa estatura) mas desde cedo evidenciou qualidades tais que levaram seu pai a preterir os seus irmãos mais velhos à sucessão. Xerxes quando petiz era já o rei das diabruras (ele e o seu macaquinho de estimação que nunca o largava), mas quando chegava a hora de sofrer os respectivos castigos Xerxes expedia tais correctivos a um escravo ali à mão. Dário reparando que este hábito se trivializava desmesuradamante e que Xerxes deixara de ajuizar, de todo, a gravidade do Sofrimento, chamou-o um dia aos seus aposentos.
D- “Sabes que o teu macaco quebrou hoje uma estátua do divino Zoroastro? Terei de o castigar para não sermos nós, os mortais, castigados!”.
X- “Meu senhor, não podeis antes castigar um escravo? Demando-vos!”
D- “Sabes bem que não! Está escrita que só o animal… ou então o seu amo! Por isso…”
Dário retirou da lareira um ferro em brasa e dirigiu-o de presto em direcção ao macaco, que logo se aferrolhou, aterrado, a Xerxes. Este temendo que seu fiel comparsa não resistisse, ofertou-se ele, também terrificado, para sofrer inexorável punição. Seu pai não hesitou nem por um momento, abriu-lhe palma da mão e marcou-a para sempre com o ferro em brasa. Xerxes logo tombou inanimado no chão de pedra.
A partir desse momento sempre que Xerxes empunhava uma espada numa guerra, somente o roçagar do seu punho nas cicatrizes de sua mão, fazia-lhe sentir, bem no seu âmago, a extrema gravidade da dor e do bárbaro sofrimento.

Uns séculos mais tarde… o imperador Nero (que por acaso também tinha um dedicado macaquinho), ainda relativamente jovem, aprendeu que a sua verdadeira força no Coliseu romano era poder levantar o polegar na direcção do firmamento quando a turba reclamava que um gladiador/escravo fosse feito cadáver na enegrecida terra. Mais que mostrar magnanimidade, Nero pretendia pronunciar-se triunfador sobre a horda envolvente sem necessitar de recorrer a qualquer arma. Unicamente ao seu dedo, usando assim a sua arma mais poderosa: a sua inteligência (?)
Alguns patrícios diriam que era só magnanimidade, mas eu diria que era mesmo só vaidade!!

Para além de muitas mãos, de alguns escravos e do perene macaquinho, alguns pensarão: 'em que é que estas histórias realmente se entrelaçam?' A ajuizada resposta será dada por um substancial número de vós no próximo Domingo.

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/20/2006  0 comentário(s)

A partir de hoje a minha actividade bloguista (blogueira, como queiram) vai-se concentrar mais no blogue luso-brasileiro "Bibliotecários Sem Fronteiras" (BSF). Este blogue que foi fundado em Março de 2002 por Viviane Silva, congrega hoje 10 membros, dos quais eu e Clara Assunção (bibliotecária da Biblioteca Nacional) 'representamos' Portugal. Os restantes membros-bibliotecários provêm de múltiplos estados/bibliotecas do Brasil, em consonância com o nome do blogue "... Sem Fronteiras".
O BSF, como alude o nome, debruça-se sobre temas internacionais sobretudo relacionados com as Bibliotecas, as Ciências da Informação, as Ciências Documentais, os livros, os meios e recursos digitais em geral, as tecnologias da informação, etc. Desde o último mês e meio tem estado um pouco mais pausado, devido ao período de férias que o Brasil atravessa, mas é sempre um blogue com um audiência bastante elevada (recordo-me que no último Dia do Livro superou as três mil e quinhentas entradas/dia). O blogue que acumulou até hoje um número superior a mil posts está dividido por 22 categorias, para facilitar a tarefa a quem pesquisa dada tema específico.
Também irei tentar arranjar algum tempinho de sobra, para escrevinhar algumas ideias no Segundo Andamento, blogue que fui recentemente convidado a colaborar. Curioso ter passado do minuto para o segundo (o tempo anda mesmo apressado!).
E claro continuo (a espaços e a notas) com o "Notas Perdidas de um Montanheiro".

Este blogue onde escrevo no momento vai durar até perfazer os 150 posts (no momento contabiliza 140). Por isso não sei o dia em que o Tempo parará e o seu Espaço se pulverizará.

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/18/2006  1 comentário(s)

Gostei de ler a apreciação que Ricardo Gross faz no seu blogue “babugem” ao artista japonês Jirô Taniguchi. Taniguchi é na actualidade um dos mais importantes autores de manga (banda-desenhada japonesa). Com uma vasta obra publicada, e múltiplos prémios (alguns deles no Festival de Angoulême) Taniguchi elabora uma manga de contornos mais eruditos, dirigida a um segmento de público mais adulto e versado.
Ricardo Gross faz alusão a uma das suas obras mais conhecidas e admiráveis “O Homem que Caminha” (Kami no Sanrei) publicada em 1992, e que a revista Sábado na sua louvável colecção “Clássicos da BD” seleccionou esta semana para o seu 19º volume.

Recordo aqui o que Ricardo Gross escreveu sobre este artista: “Jiro Taniguchi é uma espécie de Yasujiro Ozu da banda-desenhada. Os seus livros são obras-primas de humanismo, serenidade, contemplação e, como pela imagem escolhida se comprova, detalhe também. (…) Chamar-lhe obrigatório é dizer quase nada.”

E para complemento do seu texto aduzo a encantadora imagem que alude.

Recordo ainda que uma das inúmeras obras de Taniguchi é “Kamigami no Itadaki” que poderia ser traduzido em português para algo como o “Pináculo/Olimpo dos Deuses”, uma obra em cinco volumes que é uma adaptação para banda-desenhada do romance homónimo de Yumemakura Baku. Esta obra conta a aventura de um fotógrafo alpinista que tenta provar a veracidade da conquista do Evereste em 1924 na (trágica) expedição do americano George Mallory e do britânico Andrew Irvine. Saliente-se que esta obra (em concreto o tomo 2) conquistou o “Prémio do Desenho” em 2005 no Festival de Angoulême, e possui algumas influências da obra de Jean Giraud/Moebius.
O próximo Festival de Angoulême tem início marcado para já daqui a uma semana, a 26 de Janeiro.

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/17/2006  3 comentário(s)

Public Public Spaces (PPS) é uma organização mundial não-lucrativa, sediada em Nova-Iorque, dedicada à criação e sustentabilidade de espaços públicos que fomentem o espírito de comunidade. Esta organização providencia assistência técnica, educação e investigação através de programas em parques, praças e avenidas; edifícios e equipamentos públicos; transportes e mercados públicos. Desde 1975 a PPS já trabalhou em conjunto com mais de 1500 comunidades espalhadas pelo mundo inteiro, auxiliando estas comunidades a desenvolver e remodelar os seus espaços públicos em espaços comunitários fundamentais. Alguns desse projectos foram inclusive implementados em Portugal.

A PPS elegeu em finais de Dezembro passado as (dezasseis) melhores praças do mundo. Ao clicarem em cada uma das escolhas da lista abaixo poderão visualizar diversas fotos dessas praças bem como ler as razões bastante objectivas subjacentes a escolha da PPS da respectiva praça. Depreende-se desde logo que a escolha não se baseia no minimalismo do critério de estética visual (embora não o descurando) mas tem em atenção uma profusa multiplicidade de aspectos como as acessibilidades e ligações, os usos e actividades, a sociabilidade, o conforto e imagem, etc.
A lista é a seguinte:

1. Rynek Glowny, Krakow, Poland
2. Plaza Hidalgo, Mexico City, Mexico
3. Piazza Navona, Rome, Italy
4. Piazza del Campo, Sienna, Italy
5. Piccadilly Circus, Trafalgar Square, Covent Gardens,
and Leicester Square, London, United Kingdom
6. Hotel de Ville (City Hall), Paris, France
7. Old Town Square, Prague, Czech Republic
8. Plaza de la Constitucion (Zocalo), Oaxaca City, Mexico
9. Plaza Santa Ana, Madrid, Spain
10. Plaza de Armas, Cuzco, Peru
11. Trg Bana Jelacica, Zagreb, Croatia
12. Östermalmstorg, Stockholm, Sweden
13. Plaza de Entrevero, Montevideo, Uruguay
14. Federation Square, Melbourne, Australia
15. Imam Square, Isfahan, Iran
16. Campo Santa Margherita, Venice, Italy

Se os critérios de eleição se restringissem à beleza da praça a minha escolha recairia na Piazza del Campo em Siena (a tal que a corrida do Palio lhe outorga muita renome).

Ver ainda lista da PPS dos 60 Principais Espaços Públicos do Mundo.

Já agora, por falar em espaços basilares na dinâmica do planeta, vejam uma interesante escolha de10 actividades gratuitas para se fazer em Tóquio que a blogue PingMag apresenta.

Fonte da foto (Piazza del Campo-Siena)

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/16/2006  10 comentário(s)

No templo de Kompira-san, na ilha de Shikoku no sul do Japão é um costume do Ano Novo as pessoas colocarem uma moeda de iene em supensão na água, para terem sorte no novo ano que se inicia. Se por acaso a moeda se afunda, é sinal de pouca sorte....

A foto é da autoria de Gabriel González Maurazos, um madrileño, uns meses mais velho que eu, e que viveu recentemente três anos em Osaka, Japão, e que soube captar com brilhantismo os inúmeros encantos desta nação. Admirem no seu website as suas inúmeras fotos sobre este país. Bravo Gabriel!!

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/13/2006  4 comentário(s)

“Paredes de Coura” evoca-nos desde logo o famoso festival de música (que ainda este ano pude assistir a grupos como os Arcade Fire, Pixies e QOTSA na agradável companhia, entre outros, do Alexandre, da Carla e do Rafael) mas existem muitos outros motivos de profundo orgulho para o concelho. Um dos mais relevantes é, indubitavelmente, a Área de Paisagem Protegida do Corno do Bico (APPCB), instituída em 1999, que se localiza no sudoeste do concelho de P. de Coura, e que abrange cerca 1/6 ( 22 Km²) da dimensão total deste. Uma área de infindas belezas naturais e de uma esplêndida diversidade de fauna e flora. Senão, vejamos:

- no que concerne à flora destacam-se os bosques de carvalho-roble (segundo o ICN são "provavelmente, os melhores exemplos do Alto Minho") e carvalho-alvarinho e negral, mas também está presente o vidoeiro, bétula, freixo, salgueiro, azevinho (o símbolo desta área de paisagem protegida), pascoela ou até a orvalhinha (plantas carnívora);

- relativamente às espécies animais a diversidade não fica atrás: lobo e águia real (crê-se desaparecidos na actualidade), corço, javali, coruja do mato, toupeira de água, picanço, lontra, tritão palmado, truta, lagarto-de-água, víbora de seoane, chapim real, guarda-rios, etc.

E não convém esquecer o património e a singular cultura legada pela remota coexistência humana nestas paragens em pequenas aldeias e lugarejos deveras rústicos, onde os costumes e tradições continuam bem pujantes, bem como práticas agrícolas ainda relativamente tradicionais em exemplar harmonia com o meio natural num "mosaico de campos de cultura, lameiros, linhas de água", antigos moinhos, matas e bosques.
A APPCB é uma área essencialmente montanhosa, de essência granítica, com numerosos bosques (alguns autênticos santuários naturais) que atinge a sua cota máxima no Corno do Bico (833m), onde um belo miradouro nos oferece uma sublime paisagem para os vales abertos dos rios: Coura, Vez e Lima.
A APPPCB é ainda um Sítio Classificado da Rede Europeia NATURA 2000.

Ora este Domingo (08/01/2006) fui com cinco companheiros (o Fernando [caribú], o Daniel Cepa, o Jorge [sherpa], a Elsa e o Rui Monteiro) oriundos da Apúlia e de Guimarães, fazer uma caminhada por esta sempre surpreendente Área de Paisagem Protegida do Corno do Bico, inclusivo passando pelo seu topo a 883 metros. Revelou-se para todos nós uma memorável ‘exploração’ por este formoso templo da mãe natura.
Aqui ficam algumas fotos que captei. Podem ser visualizadas mais fotos desta caminhada no 1 Minuto Extra (minhas) e no blogue do Daniel Cepa (79 fotos) e do website do Jorge [sherpa] (45 fotos). Espero que apreciem tanto como nós o fizemos/fazemos.

Club Peña Trevinca Montañeiros de Galicia e do Club Montañeros Celtas)











O posto de vigia no cume do Corno do Bico (883 metros)



p.s. alguns factos e dados mais estatísticos do texto foram retirados do Plano de Intervenção no Corno do Bico - 2002

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/11/2006  7 comentário(s)

Encontrei mais um luso que tem tantos ou mais links que eu no seu blogue e por categorias.

obrigada pelo apoio anímico, dear fellow!
Talvez possua muitos links mesmo, mas certamente afiguram-se poucos se comparados com os milhares de blogues que ao longo dos tempos tenho perscrutado pela blogosfera fora (lusos e foreigners). E os que estão na coluna do lado direito é porque granjearam essa selecção por mérito próprio: são Bons e acima de tudo eu admiro-os!

Ena pá! O pessoal do Guiness não me pára de telefonar para eu registar o recorde de links! Porque não vão mas é chatear o pessoal dos record dos chouriços e dos cachorros?

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/05/2006  1 comentário(s)

1. José Manuel Barroso - 22%
2. Rupert Murdoch - 15%
3. Parliament - 14%
4. The British People - 12%
5. Gus O’Donnell - 10%
6. Terry Leahy - 7%
7. Tony Blair - 7%
8. Google - 6%
   
9. Gordon Brown - 4%
10. Shami Chakrabarti - 4%

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/04/2006  0 comentário(s)

Agora que também me posso orgulhar de ter aderido a uma recorrente mania: apresentar blogues que tenham algo, algo... digamos de interessante, amostro-vos o obsecado [sic].
Este blogue, já quase com um ano de existência, é uma espécie de programa "Bem falar, bem escrever", só que em versão online.

via blogoexisto

p.s. espero que o(a) autor(a) não tope nenhum erro neste post. Bem, se topar sempre aprenderei algo novo.

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/04/2006  0 comentário(s)

No ano transacto (2005) foi realizado um amplo estudo, subvencionado pelas Nações Unidas e que agregou largas dezenas de investigadores e cientistas, sobre a actual situação dos grandes símios no mundo: Gorilas, Chimpazés e Orangotangos, as espécies de seres vivos com maior proximidade à espécie humana. As conclusões que foram tornadas públicas sob a forma de um livro, intitulado “The World Atlas of Great Apes and their Conservation”, revelaram, nas suas múltiplas conclusões, que os grandes símios correm o risco de extinção no curto espaço de uma geração humana, em especial os Gorilas.

Relativamente aos gorilas sabemos que na actualidade não restam nem 5% da população que existia no início do século 20. No presente momento subsistem, e circunscritas ao continente africano, apenas três espécies de Gorilas: o Gorila das florestas ocidentais (entre 15 mil a 30 mil indivíduos dos quais 550 em cativeiro pelo mundo fora), o Gorila das florestas do leste do R. D. Congo (cerca de 4 mil dos quais menos de 25 em cativeiro pelo mundo fora) e o Gorila das Montanhas (actualmente com um número estimado em pouco mais de 500 indivíduos e que vivem nas montanhas em região de fronteira entre o Ruanda, Uganda e R.D. Congo). Relativamente a estes últimos não resta nem 2% do que existia há cem anos, e são eles a espécie em maior risco de extinção. Infelizmente, é convicção geral na comunidade científica que se não existir uma drástica alteração na relação entre Homem e os Gorilas desta espécie a sua extinção será inevitável.

O contínuo aumento exponencial da população africana (agricultura, urbanização, propagação de doenças, etc.), a sucessiva implantação de empresas dos países industrializados (mas não só) em exploração das diversas matérias-primas autóctones (no caso dos Gorilas são afectado sobretudo pelo abate massivo das florestas), a caça e o comércio ilegal colocam cada vez mais em risco a sobrevivência dos grandes símios.

Os grandes símios sendo entre as espécies de seres vivos as que possuem um maior grau de inteligência, e que maior número de semelhanças apresenta com a espécie humana (partilhamos cerca de 99% do genoma), afigura-se que o entendimento da espécie humana passa inexoravelmente pelo seu estudo e compreensão, e a sua extinção representará um imenso handicap para o próprio Homem, num contexto irreversível.

Desventuradamente, nos últimos tempos, tem andado tudo mais preocupado com as aventuras de um virtual mega-gorila por terras de uncle sam, do que com os Gorilas de carne e osso como nós, que com esta sequência de imagens muito pouco animadores que vamos assistindo nos seus naturais habitats parece que desditosamente dentro de pouco tempo apenas os poderemos enxergar somente nos ecrãs.

Peter Jackson que certamente ficou com dor-de-cotovelo de a Time o ter preterido este ano por estes eficientes três profissionais da beneficência social (Gates até possui uma empresa apenas dedicada a rentabilizar os seus investimentos na beneficência social, área que se tornou num negócio muito lucrativo), e a produtora de King Kong doaram o lucro usufruído em 500 (míseras) sessões à International Gorilla Conservation Programme IGCP). Uma gota de água comparada com os milhões de dólares que estão facturando.

Se a extinção dos Gorilas e dos grandes símios se concretizar restará na história da civilização humana como um dos maiores holocaustos por ela provocados.

Se nem sabemos cuidar dos que nos são mais próximos, e na nossa casa, que legitimidade e moralidade temos para nos expandirmos pelo Universo fora, onde um número infindo de outras espécies de seres (ditos) vivos nos olharão desde logo com profundo menosprezo em face deste tipo de situações.

Fontes das fotos: amazon.com (superior) e news.bbc.co.uk (inferior)

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/04/2006  0 comentário(s)

Reparei agora que Valter Hugo Mãe reescreve de novo no da literatura, após uns largos meses de ausência. Redige alguns apontamentos sobre o filme Odete, de João Pedro Rodrigues, ao que se segue uma apreciação, não muito lisonjeira, à autora Maria Filomena Mónica.
Brevemente Valter Hugo Mãe lançará mais um obra, de seu nome "folclore íntimo".

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/03/2006  1 comentário(s)

A tek.sapo.pt realizou a selecção dos termos na área das Tecnologias da Informação e Comunicação que em 2006 vão estar mais em foco em Portugal. A selecção recaiu em :

             3,5G              Alta Definição              Benefícios Fiscais              Centros de Competências

            Factura única               Napa               Portáteis dominantes              TV multiplataformas

                                              Vírus Móveis              Windows Vista

Fonte da Imagem: tek.sapo.pt

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/02/2006  0 comentário(s)

• David Byrne
• Belle & Sebastian (desde 1999)
  
• Kristin Hersh
• Radiohead
• Robert Fripp
  

(e o moby que está piorzinho)


Computers, Web e afins :

• Bruce Perens
• Bruce Schneier
  
• Cameron Barret -camworld (desde 1997)
• Dave Winer -scripting_news (desde 1997)
• Evan Williams -evhead
• Fred Zeldman
• Eric Raymond
• Lawrence Lee -tomalak (desde 1997)
• Meg Hourihan - megnut
• Richard Stallman
• Tim Berner´s Lee
• Tim O´Reilly

Outros:

• Jeff Bridges
• Noam Chomsky

Não são muitos, mas são com certeza bons.

Se conhecerem mais, e de outras áreas, agradeço que digam!

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/02/2006  0 comentário(s)

As ideias que exprimo neste post creio serão certamente catalogados por razoável parte dos que as irão ler (ou passar os olhos) de profundamente hereges, até porque pertenço ao grupo dos que até agora consegui escapar ao serviço (agora) quase obrigatório de se ser um “néscio optimista” face ao destino da lusitânia nos próximos anos.
Essas mentes superiores descobriram que afinal a solução para a prolongada crise lusa era e só apenas a máxima expressão de pensamentos positivos por parte da nação lusa! Extraordinários cientistas, sim senhor! Para eles, então, esse astral/energia positiva imanada por milhões de cândidos lusos revela-se o suficiente para a alteração do péssimo status que a nação persiste em atravessar. Até fico admirado como ainda não solicitaram os préstimos do Professor Mambo!
Eu, pelo contrário, casmurro como sou, continuo a acreditar que a saída, na prática, só será possível, através de árduo e eficiente trabalho. Mas esta solução faz calos nos dedos a este pessoal que só utiliza as mãos para os telemóveis e telecomandos e muito pouco mais.

Por outro lado também não devo ser muito bem visto por estes iluminados porque igualmente ainda não aderi à nova Mania lusa. Não, não se trata dos pais-natais alpinistas. Trata-se é da GuinessMania (ou da IgnóbilMania, como queiram!) .(Já agora, será que o blogueiro que coloca mais “porventura”, “deveras” e “afigura-se” por post não contará? Ou uma desmedida percentagem de fotos não artísticas nem a P&B que aqui são afixadas? Porventura, quiçá… Prometo inteirar-me).

Mas para não me acusarem desde logo de muitos divagações subjectivas avanço para um mais-que-objectivo estudo que miraculosamente (e como alguns gostam) parece agradar a gregos e troianos (neste caso, mais a lusos e espanhóis) Esse interessante estudo, que foi realizado em conjunto pelos institutos de estatística de Portugal (INE.pt) e de Espanha (INE.es), e que se intitula "A Península Ibérica em números 2005 " compara a situação dos dois países em múltiplos indicadores que cobrem as mais diversas áreas: demografia, educação, cultura, saúde, actividades económicas, tecnologia, transportes, etc.

No entanto como os dados em muitos dos casos são expressos em forma de percentagem relativas a cada país, camuflam um pouco as efectivas clivagens, que se vão acentuando gradualmente entre os dois países. Só por isto, e pelo facto de o estudo incidir sobretudo nos aspectos demográficos, se entende que o INE luso tenha aceite este estudo em conjunto.

Mesmo assim, em muitos dos casos (muitos já bem conhecidos dos portugueses), as assimetrias são notórias: rendimento per capita, o abandono escolar, as despesas com saúde, os índices de produtividade das empresas, das redes de transportes, as infra-estruturas de turismo, etc. No geral, como se sabe a Espanha está bem acima de nós. Mas um dos actuais grandes motivos do orgulho luso é ainda estarmos à frente na % de telemóveis!

Será engraçado realizar novo estudo deste âmbito em 2010 para verificarmos que se agora o panorama não nos é nada favorável, então daqui a cinco anos as diferenças serão já quase de um país desenvolvido para um terceiro-mundista e isto em nações com as mesmas raízes e que partilham a mesma Península há muitos e muitos séculos…. (alguns dirão: "cinco anos, só?" Sim, a este rtimo de decadência bastarão uns 5 anitos.)
Mas os politiqueiros lusos continuam apenas preocupados com os seus rendimentos e tachos e seus shares nas sondagens...

Ao longo da história dos lusos, nos momentos de crise, sempre surgiu, e quase involuntariamente uma milagrosa solução para os problemas (especiarias, escravos, açúcar, o ouro, algodão, fundos da UE, …) e que grande parte das vezes os lusos nem sequer imaginavam.

Deste modo, na actualidade, a maioria dos lusos (ainda) acredita que uma nossa Senhora de Fátima (ou de Felgueiras) mais uma vez não os irá abandonar e restam esperando, sentados (quase sem mexerem uma palha), por esse novo miraculoso acontecimento.

Os espanhóis também pensavam de modo análogo até terem passado fortes privações durante três décadas seguidas (anos 30, 40 e 50) numa desgraça que afectou e marcou várias gerações e de modo bem profundo. Os espanhóis deixaram então de esperar sentados e em pouco tempo as diferenças entre os dois países acentuaram-se deveras…

Será que irá ser preciso esperar três décadas para os portugueses também acordarem? Infelizmente depreende-se que sim, mas pior que isso é que se começa a entrever que a situação não se ‘resumirá’ a apenas três décadas. Esse, é que ainda se afigura o maior dos problemas! Poderá ser quase irreversível. Mas nessa altura, aí para o meados deste século, pelo menos poderemos contar com ajuda dos países mais abastados (como a China, a Formosa, a Rússia, os países do leste europeu, alguns países do Médio Oriente, os EUA,…) para ajudarem o novo país terceiro-mundista.

Assim sendo, este ano ainda vamos continuar à espera sentados nos estádios de futebol ou nos sofás em frente ao televisor dos mundiais e dos europeus, e com a bandeira lusa (made in China) bem desfraldada ( a aproveitar enquanto nos deixam mostrá-la) para ver se afinal damos mais pontapés numa bola que outros países. Sempre ajuda a passar, com alguma ilusão à mistura, mais um desditoso ano que se avizinha para o nosso rectângulo verde sombrio.
E quem pensar o contrário, no final de 2006 parece que vai ter um grande galo e não um peru, afinal!

# mensagem colocada por fernando_vilarinho : 1/02/2006  8 comentário(s)